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Reis do Futebol: Zico

Zico fazia gols e fazia artilheiros.

Para simplificar, a imensa nação antirrubro-negra credita à veiculação da mídia carioca a ocorrência de um respeitável público torcendo pelo Flamengo. Seria o flamenguista o torcedor de cadeira, ao lado do rádio, e sofá, à frente da televisão.

Discordo. Tirante o ABC de Natal, a praga carioca é a maior do Brasil e esse sucesso é devido a Leônidas, Zizinho e Zico.

Não por acaso, três goleadores. A camisa que veste a torcida não é a do goleiro, a do beque raçudo ou a do volante marcador. A rede estufada, o gol relâmpago ou na última volta do ponteiro, no apagar das luzes, é o que faz transbordar a paixão pela camisa, brilhar o ídolo, aproximar do clube as crianças de coração virgem.

O maior artilheiro da história do Maracanã, o ícone Zico, foi o milagreiro que multiplicou a torcida flamenguista e atropelou os recordes de gols de Leônidas e Zizinho.

A crônica do último passe, aquela bola na entrada da área que atordoa o perna de pau, floresceu nos pés de Zico. Ele fazia gols e fazia artilheiros, deixando a bola precisa, quase morrendo, à espera do toque definitivo para a meta, donde sai um desesperado arqueiro, a cara surpresa e antecipadamente derrotada. Um goleador parte em comemoração, entregando-se aos abraços da torcida.

Dos atletas mais novos, da geração pós-Pelé, nenhum brasileiro reuniu, ao mesmo tempo, domínio de bola, arrancada vertical na direção do gol, dribles curtos e em velocidade, chute com as duas pernas, visão para cadenciar e acelerar um jogo, lançamentos longos, médios e curtos. Zico chamou a responsabilidade e adotou a atitude dos grandes craques de todos os tempos.

Falando assim, pensam que foi um Pelé. Não é isso. Mas se há um laboratório para a produção de craques, nasceram no mesmo lugar, em provetas diferentes, ele e Zico. Há que se respeitar a hierarquia que existe neste mundo da bola. Do primeiro tubo de ensaio, surgiu Pelé; do segundo, Garrincha; do terceiro, Leônidas, Zizinho, Ronaldo, Romário e Zico; depois, vieram os demais.

Por participar de três copas e não levar nenhuma, picharam suas derrotas. No meu time, esse critério é pouco. O cabra tem que jogar futebol. Leônidas, Zico e Zizinho não conquistaram copas. Zinho, Mazinho e Ruinzinho, sim.

E daí?

 

Arthur Antunes Coimbra, ou simplesmente Zico, nasceu no Rio de Janeiro em 1953. Jogou no Flamengo, Udinese da Itália, Kashima Antlers do Japão e na Seleção Brasileira. Participou de 3 copas do mundo e marcou 66 gols pela Seleção Brasileira. É o terceiro artilheiro, atrás de Pelé e Ronaldo. É o maior artilheiro da história do Maracanã, com 333 gols.


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